segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pesquisa sobre gêneros discursivos - Eleandro e Joaquim

Boletim de Avaliação dos alunos
Informações fornecida pela brasileira Maria Yokoya que é psicóloga especializada em orientação vocacional e profissional, e atua como orientadora de alunos brasileiros em escolas públicas japonesas:No final de cada período escolar, em julho, dezembro e março, no último dia de aula, as crianças trazem o tsuchihyo (boletim de avaliação).No primário não tem nota, os professores fazem uma avaliação e colocam símbolos, excelente, regular e precisa se esforçar mais, respectivamente. O boletim é dividido por disciplinas e há uma lista de tópicos a serem avaliados. Há comentários sobre as atividades extra-curriculares cumpridas durante o decorrer do período escolar.No verso, há um quadro com a freqüência escolar, os dias de aulas, os dias de presença, os dias ausentes, anotações mostrando se o aluno saiu mais cedo ou chegou mais tarde.Há um espaço para os pais carimbarem, como se estivessem cientes do rendimento escolar do filho. Este boletim é devolvido no início do próximo período. Este boletim deve ser guardado.A avaliação feita pelos professores japoneses são em relação a capacidade, potencialidade, comportamento, rendimento: avaliação qualitativa. O fato de ser avaliado com símbolos, não significa ser um fracassado, mas sim que precisa melhorar neste item, tentar aceitar o fato como realidade e fazer o máximo para corrigir e melhor. Isto é processo educativo. Isto é amadurecimento.Acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos, é o mínimo que podemos fazer. Ler o boletim junto com o filho é uma maneira de reconhecer o esforço diário na escola.

Charge Jornalística por Jeanete D’alva

A charge, como produto ideológico que é, apresenta a dupla face do signo. Através da materialidade significante – grafismo, texto verbal, traço humorístico – virá à tona essa duplicidade: ao refletir a realidade, a charge compactua com o sistema, assumindo a força do discurso competente – o discurso cuja linguagem é institucionalmente permitida ou autorizada; ao refratar a realidade, ela deixa escapar as fissuras da dominação. É na deformação do referente original que existe o desvio revelador do aspecto ideológico. É nesse desvio que o signo, ao refletir, quebra a direção e transforma, transfigura, refrata a realidade.
Em 23 de maio de 2001, Chico produz uma charge intitulada E na hora da verdade..
Nela, estão Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda, de terno e de gravata, caminhando em cima de um trampolim. Arruda pergunta a ACM: Posso falar em seu nome?
Observando a charge em uma perspectiva sintática, inexiste, em termos verbais, um desfecho: há uma pergunta cuja resposta não sabemos. A questão não-verbal também deve ser levada em consideração, já que, em termos imagéticos, desconhecemos o local para onde cairão ao descerem ou saltarem do trampolim.
Sobre o trabalho de Caruso, no que tange às imagens, faltam informações que contribuirão para uma leitura plena da mensagem. Como estamos em nível de imagem, logo, em perspectiva não-verbal, notamos que a sintaxe imagética não está estabelecida, pois a construção de sentidos não se definiu ainda dentro de um padrão lógico baseado na coerência de idéias.Chico Caruso, em 25 de maio, prossegue o trabalho do dia 23. Na seqüência, Arruda já está dentro d´água, em pleno mar, chama ACM, que está na beira do trampolim – “Vem! A água tá boa!”.
Em outra, a seqüência apresentada, o desfecho da narrativa ou a definição sintática por meio das imagens está proposta na charge de Chico de 1 de junho, quando retrata ACM, já dentro d'água, nadando em direção a Arruda, como se estivesse com intenção de pegá-lo. Arruda grita Ei! Eu não matei! Eu não roubei!

Relatos de Experiência Científica

Transdisciplinaridade. A formação de professores, um problema transdisciplinar. A resolução de problema de Formação.JUSTIFICATIVAA metodologia de resolução de problemas abertos tem sido estudada enquanto construção de prática de ensino aprendizagem no Ensino Médio. Também tem sido desenvolvidos trabalhos de pesquisa com relação às dificuldades que alunos e alunas apresentam em resolver problemas em Física e Matemática. Pesquisadores de diferentes centros de pesquisas, espalhados pelo mundo, e preocupados com a pratica pedagógica , têm se debruçado sobre esta temática, com a intenção de que haja uma aprendizagem significativa. Nossa proposta aqui apresentada será voltada para o curso de Formação Inicial (Licenciatura) dos professores de Física e Matemática do Ensino Médio, tomando como eixo norteador a resolução de problemas abertos, a qual vai além da simples tarefa de “fazer exercícios”, uma tendência ao cooperativismo (exercícios repetitivos) (Carvalho,.2004), passar uma metodologia baseada em princípios da ciência, pois requer uma construção científica, assim uma prática pedagógica trans-disciplinar, e que possa produzir no aluno e aluna capacidades de refletir, discutir, explicar, relatar, o que dará a seu trabalho as características de uma investigação científica (Carvalho, 2004). Formar sujeitos autônomos, livres e responsáveis, nas palavras de Pereira, sujeitos concebidos e construídos numa perspectiva da totalidade (Pereira , 2005). Saber “mais” física e ou matemática não é medido pelo número de problemas resolvidos, nem tornar a metodologia de resolução em um modelo fechado, mas como uma prática pedagógica trans-disciplinar, onde as diferentes disciplinas tomam partes na resolução.

A ESTRUTURA DO ROMANCE POLICIAL:uma introdução
Adriana Maria Almeida de Freitas

Vários autores tentaram sistematizar as regras do romance policial. François Fosca, em Histoire et technique du roman policier fez a seguinte síntese: parte-se de um caso aparentemente inexpl
icável; uma (ou mais) personagem é culpada injustamente , a partir de índices superficiais; o analista (detetive) observa, raciocina e derruba as teorias apressadas; a solução do caso é sempre coerente e imprevista; quanto mais extraordinário for o mistério, mais fácil será sua resolução.
Para o detetive não há, pois, obstáculo intransponível: ele é infalível e sua função é desvelar a trama arquitetada. No romance policial clássico, se o detetive porventura se enganar, isto é atribuído à baixa qualidade da história, pois não há mistério capaz de derrotar um verdadeiro detetive-analista.
Assim, o detetive aparece sempre como uma figura excêntrica, dotada de uma enorme superioridade intelectual, bastante cerebral, solteiro, cheio de manias e incapaz de amar.
Se a rotina de vida que ali levávamos viesse a ser conhecida do mundo, ter-nos-iam como doidos – ou, talvez, por simples malucos inofensivos... Nossa reclusão era completa. Não recebíamos visitas.
Em tais ocasiões, não podia deixar eu de notar e de admirar em Dupin certa habilidade analítica peculiar. Parecia, também, sentir acre prazer no exercitá-lo, senão mais exatamente em exibi-la, e não hesitava em confessar a satisfação que disso lhe provinha.
Dupin só mostrava amor e fascínio pela noite, pela leitura, escrita e passeio pelas ruas, o que contribuía para delinear seu perfil excêntrico.
O romance policial busca a mais completa verossimilhança. Trabalha prioritariamente com índices materiais, renegando os psicológicos; dissipa o imaginário, o poético, tentando deixar de lado as instabilidades do coração em prol do exercício racional.

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